Detergentes à base de ingredientes de origem vegetal; óleo de palma RSPO

A sustentabilidade ambiental tornou-se uma das principais preocupações da nossa sociedade. A utilização crescente dos recursos naturais representa uma ameaça à sustentabilidade futura do nosso planeta, o que está a levar a uma crescente consciência social das questões ecológicas.

Uma das principais linhas de ação para alcançar uma sociedade mais ambientalmente sustentável é reduzir a elevada dependência de recursos fósseis não renováveis (derivados do petróleo) que o atual modelo económico implica, e avançar para um consumo baseado em recursos naturais de fontes renováveis.

A indústria dos detergentes tem utilizado e continua a utilizar grandes quantidades de matérias-primas derivadas do petróleo, principalmente para a produção de tensioativos, um dos principais ingredientes ativos na composição dos detergentes. Contudo, o fabrico destes tensioativos também pode ser feito a partir de matérias-primas de origem natural, o que leva a uma presença crescente no mercado de tensioativos naturais, principalmente a partir de óleos vegetais.

O óleo de palma é atualmente o óleo vegetal mais utilizado no mundo, graças ao seu baixo custo, grande versatilidade e alta eficiência (utiliza menos de metade de terreno requerida por outras culturas - como o óleo de girassol, soja ou colza - para produzir a mesma quantidade de óleo). Estas características excecionais levaram à presença de derivados do óleo de palma num grande número de produtos alimentares (margarina, bolachas, chocolate, gelado), cosméticos (batons, géis de banho, pasta de dentes, cremes, etc.) e detergentes, causando um enorme aumento da procura global de óleo de palma. Consequentemente, as áreas de terra dedicadas ao cultivo da palmeira expandiram-se rapidamente, representando uma nova ameaça ecológica. O desafio é assegurar que a expansão seja levada a cabo de forma sustentável, com o máximo respeito pelas pessoas e pela natureza nos países em crescimento (Indonésia, Malásia, Tailândia e América do Sul e Central, que representam algumas das regiões mais biodiversas do planeta).

Em resposta à necessidade urgente de enfrentar estes desafios e ao mesmo tempo responder à crescente procura global de óleo de palma, em 2004 um grupo de empresas (envolvidas em toda a cadeia de fornecimento de óleo de palma: plantações, fabricantes e comerciantes de produtos à base de óleo de palma) e organizações não governamentais (sociais e ambientais) reuniram-se para formar a parceria RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil). A RSPO visa promover a utilização de óleo de palma proveniente de plantações sustentáveis através do desenvolvimento, implementação e verificação de critérios da mais alta credibilidade que garantam a sustentabilidade ambiental, social e económica do óleo de palma ao longo da sua cadeia de abastecimento, desde as plantações de origem até ao consumidor final. A aplicação dos critérios estabelecidos pela RSPO ajuda a minimizar o impacto negativo do cultivo de óleo de palma no ambiente e nas comunidades nas regiões produtoras de óleo de palma.

Atualmente, os critérios da RSPO são amplamente aplicados em todo o mundo e são utilizados como uma garantia de sustentabilidade. Especificamente, para o setor dos detergentes, os produtos certificados com o rótulo ecológico da UE exigem a utilização de tensioativos derivados da palma acreditados por um dos quatro modelos de cadeia de abastecimento aprovados pela RSPO.

Como consumidor de ingredientes derivados do óleo de palma e seguindo o compromisso da PROQUIMIA para com o desenvolvimento de produtos e sistemas cada vez mais sustentáveis, desde junho de 2018 a PROQUIMIA é membro da associação RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil), dentro da categoria de "associado da cadeia de fornecimento".

Referências bibliográficas: www.rspo.org (Roundtable on Sustainable Palm Oil) www.aceitedepalmasostenible.es (Fundação Espanhola de Óleo de Palma Sustentável) www.aceitedepalma.org

AUTOR: MARIA FRANCH/ CARLES BERTRANA